segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Desafios do governo Dilma: política externa

Sem Lula, diplomacia brasileira oscila entre inflexão e continuidade.

Série do G1 analisa os principais desafios do próximo governo federal.


As primeiras entrevistas da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), chamaram a atenção por sugerir mudanças de rumo na política externa brasileira no próximo governo.
Dilma classificou como “bárbara” a possibilidade de execução por apedrejamento da iraniana Sakineh Ashtiani, condenada por adultério naquele país. Também disse discordar da abstenção do governo brasileiro em votação na ONU sobre violações de direitos humanos no Irã.
"Não sou presidente do Brasil, mas me sentiria desconfortável, como uma mulher eleita presidente, em não dizer nada contra o apedrejamento. Minha posição não vai mudar quando eu assumir. Não concordo com a maneira como o Brasil votou. Não é a minha posição”, afirmou Dilma ao jornal "The Washington Post".

Embora a declaração tenha marcado uma divergência pública com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em sua gestão aproximou-se do mandatário iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, as grandes linhas da política externa brasileira devem manter-se sob Dilma, avaliam analistas.
Os sinais estão dados por decisões recentes da presidente eleita, como a indicação, para o Ministério das Relações Exteriores, de Antônio Patriota, secretário-geral do Itamaraty e segundo na hierarquia da pasta.

Auxiliar próximo e amigo do ministro Celso Amorim, Patriota é “afinadíssimo” com o atual titular da pasta, avaliou Igor Fuser, professor de Política e Relações Internacionais da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em debate recente sobre o tema.

Patriota deve manter, por exemplo, a política de expansão das representações diplomáticas no mundo. Foram 64 novas unidades abertas desde o início do governo Lula, em 2003, quase a metade do que havia até então: 150 postos.,

Em discurso de posse na Secretaria-Geral do Itamaraty, em outubro de 2009, o futuro ministro também endossou o trabalho de ampliação do quadro diplomático. Falou em “deixar claro desde já” seu “empenho em continuar a trabalhar por uma ampliação do quadro
e diplomatas que nos aparelhe para os desafios do século 21”. Sob Lula, uma lei de 2006 permitiu a abertura de 400 vagas de diplomata.



Fonte: G1
Mais informações: http://migre.me/3oKaF

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